Montese foi uma das mais duras batalhas da FEB. A conquista da cidade era o principal objetivo do 11º Regimento de Infantaria, ao qual pertencia o soldado Júlio Nicolau (IG 106.009). O ataque havia sido planejado para ser executado em duas fases. Na primeira fase dois pelotões atacariam os objetivos. Houve uma forte reação do inimigo e um dos pelotões foi detido pela forte artilharia inimiga e só conseguiu conquistar o objetivo algumas horas depois. O outro pelotão foi detido em um campo minado, com a artilharia alemã despejando fogo pesado sobre ele. Devido a essas circunstâncias adversas, o objetivo deste pelotão não foi atingido. A segunda fase consistia de um ataque direto a cidade, também com dois pelotões. Seguiu-se uma feroz batalha para a conquista da cidade. Sob intenso fogo inimigo os brasileiros avançavam passando por uma experiencia ainda inédita para a FEB – o combate urbano.
E foi nesse cenário que o bravo soldado Júlio Nicolau tomba mortalmente ferido. Era mais um soldado brasileiro que não retornaria à sua terra natal.
A Conquista de Montese encheu de júbilo a FEB não só pela sua importância na ruptura da Linha Gótica como também por ter marcado de forma significativa o início da Ofensiva da Primavera. Este feito, juntamente com as vitórias aliadas em Vergato, Tole, Monte Mosca, Monte Pero, Monte Sole, Monterumici e Monte Adone, propiciou uma grande contribuição para a derrocada definitiva do exército alemão na região.
Júlio Nicolau foi dado como desaparecido em combate desde então. Somente em setembro de 1954 seu corpo foi encontrado e sepultado em Montese. Foi e depois transladado para o Cemitério de Pistóia (quadra D, fileira 3, sepultura 29). Foi agraciado “post-mortem” com as medalhas de Campanha, de Sangue e Cruz de Combate de 2ª Classe.
Posteriormente, o município de Montese, agradecido às tropas brasileiras batizou uma de suas praças com o nome “Piazza Brasile”.